Por Ana Flávia Flôres
Hoje, 11 de setembro, é celebrado o Dia Nacional do Cerrado. Segundo bioma com maior presença no Brasil, ele cobre 25% do território nacional, sendo boa parte no planalto central.
Caracterizado por suas árvores baixas com troncos retorcidos e folhas grossas e pela grande quantidade de gramíneas, o cerrado se destaca por ser uma das regiões com maior biodiversidade do planeta. Por exemplo, estima-se que ele reúna mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves.
Apesar de toda essa relevância, o cerrado corre sério risco de extinção. De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), entre 1985 e 2023, 88 milhões de hectares do bioma foram queimados, em uma média de 9,5 milhões de hectares a cada ano. Para se ter ideia do que isso representa, essa área equivale a 43% da extensão do cerrado e supera o território de países como o Chile e a Turquia.
Outro grande desafio imposto ao cerrado é o desmatamento. Nos últimos 39 anos, foi registrada a redução de 27% na vegetação original do bioma, o equivalente a 38 milhões de hectares. Atualmente, 26 milhões de hectares do cerrado estão ocupados pela agricultura, dos quais 75% são destinados ao cultivo de soja.
“Precisamos de políticas públicas e mecanismos financeiros que incentivem a conservação do Cerrado. Seguir com o desmatamento nesse ritmo trará consequências ainda mais graves para a regulação do clima e para os setores econômicos, principalmente o agronegócio, que depende do clima e dos recursos hídricos no Cerrado”, ressalta Dhemerson Conciani, pesquisador do IPAM.
Segurança hídrica
Apesar do aspecto seco e árido que marca a maior parte do seu território, o cerrado é fundamental para a geração da água doce que abastece o país. Na sua área estão localizadas as nascentes de 9 das 12 bacias hidrográficas brasileiras, entre elas a Amazônica, a São Francisco, a Tocantins-Araguaia, a Parnaíba e a Paraná, além de três grandes aquíferos: Guarani, Bambuí e Urucuia. Essa potência aquífera faz com que o bioma seja reconhecido como o “berço das águas” ou a “caixa d’água do Brasil”.
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