Por João Freire
No Dia da Amazônia, as altas temperaturas combinadas com chuvas abaixo da média reforçam o prognóstico pessimista que preocupa ambientalistas e meteorologistas. De janeiro a setembro de 2024, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou mais 154 mil focos de calor.
Uma das consequências é que nos estados na parte sul da Amazônia – Acre, Rondônia, Mato Grosso e parte do Amazonas – todos os municípios registram qualidade do ar ‘muito ruim’ ou ‘péssima’, de acordo com a plataforma Selva, situação que coloca em risco a saúde de mais de 7 milhões de pessoas que vivem nesses estados.
O fogo criminoso e fora de controle consome também extensas áreas no Cerrado e no Pantanal, mas a Amazônia é a região mais afetada e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, é o município com maior número de focos de incêndio.
Seca recorde
O rio Madeira atingiu a cota de 1,02 metro, no dia 3/9, menor nível em 60 anos. A previsão dos meteorologistas é de que em 2024 a seca na Amazônia seja a pior da história, pelo segundo ano consecutivo. Com o aumento da vazante, o rio Amazonas vai ficar inavegável para navios, nos próximos dias, impactando imediatamente a circulação de pessoas, a distribuição de produtos essenciais e a produção industrial da região.
Insegurança alimentar
Impulsionada pelo desmatamento e pelo aquecimento global, a seca mais severa e mais longa coloca ribeirinhos e indígenas em situação de insegurança alimentar. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só no estado do Amazonas, 400 mil pessoas estão em condições extremamente graves.
Além da escassez de alimentos, as comunidades enfrentam a falta de água potável para o consumo humano. Essas comunidades se alimentam do que produzem em pequenas roças e da pesca, duas atividades diretamente prejudicadas pela seca e calor extremo. O aumento da insegurança alimentar registrado em 2023 deverá se repetir em 2024.
Desenvolvimento sustentável
Para o governo federal, a bioeconomia é uma das soluções para a Amazônia e tem um potencial promissor para a redução das desigualdades e o combate à pobreza. Em junho deste ano, foi lançada a Estratégia Nacional de Bioeconomia, destacando as áreas essenciais para o desenvolvimento sustentável.
A bioeconomia tem o potencial para gerar muito mais riqueza e desenvolvimento do que as práticas agropecuárias predatórias que seguem em expansão. Outra vantagem importante é que a bioeconomia é uma atividade sustentável, ou seja, não destrói a floresta, garantindo a continuidade da atividade e promovendo o desenvolvimento socioambiental sustentável.
Sobre o Universo ESG
O Universo ESG é uma iniciativa de comunicação ambiental que disponibiliza conteúdo qualificado e compreensível sobre meio ambiente e ESG. É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte.
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