Se não houver avanços, a Conferência do Clima perderá credibilidade

Em novembro próximo, o Azerbaijão – ex-república soviética às margens do Mar Cáspio – vai sediar a COP29 (@COP29_AZ), Conferência do Clima das Nações Unidas. A reunião acontecerá em um cenário global de degradação ambiental/climática crescente, o que aumenta a pressão para que os impasses que se arrastam há anos sejam superados, especialmente a questão da transição energética.

O próprio anfitrião é um dos países que resistem aos acordos para limitar o uso dos combustíveis fósseis, principal fonte dos gases do efeito estufa (GEE), apesar de o governo local afirmar que tem a intenção de reduzir as receitas oriundas dos recursos energéticos não-renováveis.

A economia do Azerbaijão é fortemente dependente da indústria petroleira, sustentada pelas grandes reservas de petróleo e gás do país. Em 2022, as exportações de petróleo totalizaram US$ 38 bilhões (quase 90% do total), segundo o Itamaraty (@ItamaratyGovBr).

Os frequentes eventos climáticos extremos (recordes de temperatura, escassez de água, quebra de safras agrícolas, frio intenso, enchentes e furacões) exigem ações pragmáticas e urgentes dos países-membros das Nações Unidas para promover adaptação climática e minimizar os efeitos do aquecimento global. 

Nesse sentido, os países precisam entrar em acordo sobre implementação de ações e de mecanismos de financiamento para acelerar a transição para a energia renovável, proteger e restaurar florestas e estimular a economia verde, com práticas sustentáveis em todos os setores econômicos. Caso contrário, a Conferência do Clima perderá credibilidade.