No ritmo atual, países não vão atingir as metas dos ODS até 2030, afirma a ONU

Brasil cumpriu integralmente apenas 8,2% das metas, segundo o governo federal

Por João Freire

Apesar da gravidade da emergência climática, o mundo avança lentamente na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Segundo o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apenas 17% das metas estão no caminho certo. Ele adverte que “a seis anos do fim do prazo, o progresso atual está muito aquém do necessário”. 

O que são os ODS?

O Brasil e mais 192 Estados-membros da ONU se comprometeram com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), “um plano de ação global para eliminar a pobreza extrema e a fome, oferecer educação de qualidade ao longo da vida para todos, proteger o planeta e promover sociedades pacíficas e inclusivas até 2030”.

Como está o Brasil?

Em julho passado, o Brasil apresentou na ONU o Relatório Nacional Voluntário, relativo ao período de 2016 a 2022. De acordo com o documento, das 169 metas dos ODS, apenas 14 (8,2%) foram plenamente cumpridas, enquanto 35 (20,7%) apresentaram uma evolução positiva. Outras 26 metas (15,4%) não mostraram nenhum progresso e 23 (13,6%) sofreram retrocessos. Já 71 metas (42%) não puderam ser adequadamente avaliadas devido à falta de dados disponíveis ou a irregularidades nas séries de dados coletados.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, fez a apresentação nas Nações Unidas e afirmou que o governo atual tem feito ações para avançar na Agenda 2030: “recriação da Comissão Nacional dos ODS; retomada de programas de combate à fome, à pobreza e à desigualdade; enfrentamento das emergências climáticas e preservação dos biomas; transição energética justa e sustentabilidade da Amazônia; além da defesa da democracia, igualdade racial e trabalho decente, e participação da sociedade brasileira nas decisões das políticas públicas”.

Brasil está distante da transição justa

O relatório Luz da Sociedade Civil 2024, do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil da Agenda 2030, também lançado em julho passado, aponta um cenário desolador. “Na América Latina, onde apenas 22% das metas demonstram progresso satisfatório, o Brasil se destaca como uma promessa quebrada”. 

Ainda segundo o relatório, “o Brasil permanece distante da transição justa, inclusiva e acessível que urgentemente necessita. Embora a Emenda Constitucional 95 tenha sido revogada, nossos direitos continuam fora dos limites do novo arcabouço fiscal. O desmatamento na Amazônia diminuiu em 62,2%, mas aumentou em 43% no Cerrado, onde, juntamente com a mineração ilegal, ameaça a floresta e seus povos indígenas”.

Com informações da Agência Brasil.

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