Por João Freire
Reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) é obrigatório e inadiável. O agravamento da crise climática global precisa ser encarado com a devida gravidade e enfrentado por meio de iniciativas integradas do setor privado e governos no sentido de descarbonizar a economia e promover a adaptação climática.
O Brasil é o líder histórico na destruição de florestas tropicais no mundo (Fonte: Global Forest Watch, 2023) situação que coloca o país em 10° lugar na lista dos que mais emitem GEE. O desmatamento é a maior fonte de gases do efeito estufa no Brasil e foi responsável pela emissão de 1,2 GT de CO2, ou 2,5 vezes o total emitido pelo setor de combustíveis fósseis no país em um ano (Fonte: Climate Watch, 2024).
Consequências econômicas
Na região amazônica, o desmatamento é impulsionado pela expansão da atividade agropecuária, garimpo e exploração ilegais de madeira e a apropriação indevida de terras públicas e gera expressivos prejuízos socioambientais e econômicos.
Manaus tem a pior qualidade de ar do país, um grande risco para a saúde da população. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a exposição contínua a poluição do ar causa problemas respiratórios crônicos, hipertensão, infarto, derrames e câncer.
Porto Velho – capital de Rondônia, estado recordista de focos de queimadas em 2024 – tem voos desviados para outras cidades e cancelados, frequentemente, porque a densa fumaça das queimadas sobre a cidade impede o pouso dos aviões em segurança.
A seca intensa, em níveis sem precedentes históricos, impede a circulação de pessoas e mercadorias pelos rios, causando desabastecimento de itens básicos e a redução da produção industrial. No período da seca em 2023, a indústria da região recuou 16,6%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. Para se adaptar, o setor teve um custo adicional de R$ 1,4 bilhão. Para 2024, a previsão é de que a seca será ainda mais intensa.
Transição verde
Acabar com o desmatamento e fazer a transição para uma economia de baixo carbono são medidas igualmente urgentes e de complexa implementação para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (@CNI_br), o investimento para descarbonizar a indústria brasileira é de cerca de R$ 40 bilhões até 2050. O setor cobra condições econômicas e políticas claras e estáveis para atrair investimentos e impulsionar inovação em tecnologias.
O modelo neoliberal, em que os custos financeiros de curto prazo norteiam as estratégias corporativas, está em xeque. No entanto, o alto investimento necessário para a transição será pago pela sustentabilidade dos negócios.
Para o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (@IPAM_Amazonia), a sociobieoconomia é o motor para gerar renda e combater a pobreza na região amazônica. No Pará, a sociobieoconomia movimentou o mesmo valor que a pecuária em 2019 e gera mais de 200 mil empregos, apenas no estado, comprovando que a floresta viva vale muito mais do que se for derrubada.
Sobre o Universo ESG
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