Por João Freire
Na Amazônia Legal Brasileira mais de 813 mil km de florestas primárias – 17% do total – já foram desmatados (Fonte: @inpe_mcti). A Amazônia é o maior reservatório de água doce do mundo e tem um importante papel na regulação do clima no planeta. De toda a área desmatada, somente 10% está sendo utilizada de forma produtiva e 30% está simplesmente degradada e abandonada (Fonte: @imazon).
Ao contrário do que muitos pensam, a destruição sistemática da floresta não trouxe desenvolvimento para a região. Pelo contrário, os municípios com maiores taxas de desmatamento registram baixo Índice de Progresso Social (IPS), métrica que avalia as necessidades humanas básicas, fundamentos para o bem-estar e oportunidades.
A economia da região amazônica é baseada no fornecimento de insumos de baixo valor agregado, fornecendo produtos primários para consumo interno e para exportação e comprando bens e serviços qualificados e de maior valor. O resultado é um deficit de R$ 114 bilhões nas transações comerciais da Amazônia Legal, território que inclui a totalidade da Bacia Amazônica brasileira englobando a floresta tropical e cerrados adjacentes.
Desmatamento empobrece as comunidades
“O desmatamento não traz benefícios para a população e está relacionado com uma série de atividades criminosas como invasão de terras públicas, garimpo ilegal e até mesmo tráfico”, explica Melissa Wilm, coordenadora do IPS na Amazônia Brasileira (em entrevista para o Jornal da USP).
“A economia que gira em torno do desmatamento gera um ciclo de degradação ambiental e baixo desenvolvimento. O desmatamento afeta a disponibilidade de recursos naturais essenciais, como água limpa, e contribuem diretamente para as condições de saúde da população”, conclui Melissa.
Alternativas sustentáveis
O estudo Nova Economia da Amazônia (NEA), desenvolvido pelo WRI Brasil (@WRIBrasil) em parceria com 76 especialistas de instituições científicas de diversas regiões do país, defende um modelo que combina desmatamento zero, expansão da bioeconomia, restauração florestal e adequação da agropecuária e matriz energética de baixa emissão de carbono.
“A nova economia da Amazônia pode ser a grande catalisadora da descarbonização de toda economia brasileira e a maior oportunidade de desenvolvimento econômico e social da história contemporânea do país”, destaca o WRI Brasil.
Para o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (@Imazon), é possível desenvolver a região sem novos desmatamentos. “No período de maior queda na taxa de desmatamento (entre 2004 e 2012), a economia cresceu. E o contrário ocorreu nos últimos anos (2017 a 2021) com a economia em baixa e o desmatamento em alta. O desmatamento zero também poderia trazer enormes benefícios para a economia da região”.
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