Especialistas afirmam que emergência climática é o principal risco para os negócios no Brasil

País enfrenta eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes

Por João Freire

Como chegamos ao ponto atual de desequilíbrio ambiental no Brasil? Apontar os desmatadores como os grandes vilões é o caminho óbvio, porém, eles não estão sozinhos. Há muitos outros atores envolvidos no processo de destruição ambiental, desonestamente apontado como o caminho para o desenvolvimento.

O Brasil vive uma situação anacrônica. Enquanto o governo federal faz esforços para retomar a agenda ambiental, o Congresso Nacional – formado majoritariamente por ruralistas – se dedica a atacar o arcabouço legal que protege o meio ambiente, com o apoio de prefeitos e governadores contrários às políticas ambientais.

Ameaças ao meio ambiente

No Congresso Nacional, o “pacote da destruição” é composto por 25 projetos de lei e três emendas constitucionais. A bancada ruralista pretende retirar R$ 1 bilhão dos órgãos ambientais, reduzir a proteção da Amazônia e de todos os biomas, anistiar desmatadores e flexibilizar as regras do licenciamento ambiental. Se aprovadas, as mudanças representam um enorme retrocesso e uma grave ameaça para o meio ambiente a curto prazo.

No Judiciário, a situação também é preocupante. Os crimes ambientais são crimes permanentes, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Não deveriam ser encarados com leniência ou como crimes de menor gravidade. No entanto, as penas previstas são apenas multa e detenção em regime aberto ou semiaberto.

As práticas predatórias contra o meio ambiente geram lucro imediato para alguns poucos, não promovem o desenvolvimento e deixam um passivo socioambiental imenso, quase sempre irreparável para toda a sociedade.

Alternativas inovadoras

Casos de sucesso demonstram a viabilidade de gerar empregos, riquezas e desenvolvimento sem abrir mão da conservação do meio ambiente. Economia circular, descarbonização da economia e bioeconomia são algumas práticas sustentáveis que viabilizam atividades permanentes, as verdadeiras fontes geradoras de desenvolvimento.

Desinteresse social

Além do poder público, empresas e instituições, é importante mencionar a parcela de responsabilidade dos cidadãos comuns no agravamento da emergência climática global. 61% acreditam que o aquecimento global precisa ser “combatido urgentemente” (Fonte: CNI/2023).

A mesma pesquisa aponta que somente 33% dão preferência a produtos sustentáveis e ecológicos e apenas 13% atuam como voluntários em alguma ação de proteção ao meio ambiente. Cidadãos pouco engajados com as pautas ambientais elegem representantes igualmente descompromissados com o meio ambiente e não cobram que as empresas sejam mais ambientalmente responsáveis.

A agenda ESG ainda ser superficial e sem consistência no Brasil, comprometendo a competitividade do país no mercado global. Muito marketing, greenwashing e pouca ação efetiva para implementar o essencial em práticas ambientais, sociais e de governança.

Sobre o Universo ESG

Universo ESG é uma iniciativa de comunicação ambiental que disponibiliza conteúdo qualificado e compreensível sobre meio ambiente e ESG. É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte.

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